terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Exército brasileiro fecha contrato com empresa nacional de antivírus

BluePex fechou acordo com o Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército Brasileiro e irá entrar no lugar da espanhola Panda

O Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército Brasileiro (CCOMGEX) fechou um acordo com a BluePex – empresa nacional de segurança da informação – para o fornecimento de 60 mil licenças de uso do antivírus BluePex AVware e implementação de um laboratório de análise de vírus nas instalações do Exército em Brasília. O contrato é válido por dois anos.

Para Jefferson Penteado, presidente da BluePex, o contrato firmado com o Exército é uma grande conquista para a empresa, que há mais de 20 anos trabalha no desenvolvimento de um antivírus 100% brasileiro. “O apoio do Exército é e será essencial para ganharmos força em um mercado ainda dominado por marcas estrangeiras”, afirma.

De acordo com o general Antonino Santos Guerra, do CCOMGEX, a seleção do BluePex AVware como novo antivírus do Exército – feita via licitação – vai ao encontro das diretrizes traçadas na Estratégia Nacional de Defesa, aprovada pelo Presidente da República em 2008, que visa o incentivo de tecnologias nacionais que aumentem a autonomia do País em relação ao exterior.

“O fato de utilizar uma solução nacional no nosso parque de TI nos oferece uma maior segurança, que não pode ser alcançada com uma empresa internacional. Temos grande expectativa de recebermos proteção e apoio jamais alcançados nos contratos vencidos por marcas estrangeiras”, afirma.

O acordo prevê a substituição da tecnologia utilizada atualmente pelo Exército (da espanhola Panda) pelo BluePex AVware, e também a troca de informações para o desenvolvimento de um antivírus nacional cada vez mais robusto. “A BluePex nos disponibilizará o código-fonte do antivírus e dará acesso a seu laboratório para o treinamento de efetivos militares na preparação de vacinas. Esse tipo de serviço é inédito, e só pode ser obtido com segurança com uma empresa brasileira”, diz o general.

Guerra ressalta que a seleção da BluePex é um passo a mais para que outros serviços referentes à área cibernética sejam viabilizados por empresas nacionais. “O Brasil possui um dos maiores parques de tecnologia da informação do mundo, tem competências na área de TI que não deixam a desejar a nenhum país. Há previsão de novos recursos orçamentários e novas aquisições deverão ocorrer junto a empresas brasileiras”, completa.

Laboratórios em todo o País
Penteado afirma que um dos grandes diferenciais do acordo firmado será a implementação de um laboratório de análise de vírus dentro das instalações do Exército. “Isso permitirá que todos os vírus e malwares encontrados na rede do Exército sejam avaliados rapidamente dentro da própria instituição, sem que tenham que ser enviados para laboratórios de análise no exterior para a criação da vacina”, explica.

Além das instalações dentro do CCOMGEX, o Exército contará também com o apoio dos laboratórios do BluePex AVware em Limeira (SP) - onde fica a sede da empresa - e São Paulo, bem como de novas estruturas que devem ser implementadas durante o ano.

“Em conjunto com o Exército, buscaremos desenvolver parcerias com universidades federais para implementar laboratórios nos campi. Assim, não apenas aprimoraremos a estrutura mas também contribuiremos para a formação de jovens interessados na área de segurança e defesa cibernética”, diz Penteado.

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